ARQUIPÉLAGO DE ALCATRAZES
O arquipélago de Alcatrazes está localizado no litoral norte de São Paulo e compreende a maior unidade de conservação marinha das regiões Sul e Sudeste do país. Em termos de densidade, tamanho dos indivíduos e biomassa da ictiofauna de recife só pode ser comparado às áreas marinhas mais conservadasdo país, como o Atol das Rocas e Fernando de Noronha.
Por mais de trinta anos o arquipélago foi usado como zona militar para treinos de tiro de guerra, tendo seuacesso proibido à visitação pública. Atualmente, o uso do espaço e recursos, como pesca e extração, continuam proibidos. Contudo, foi oficializado como Refugio da Vida Silvestre em 2017 e, assim, passou a ser totalmente protegido e liberado à
visitação e mergulho. O local tem 67 mil hectares e 13 ilhas e fica a cerca de 40 quilômetros da costa de São Sebastião (SP). O Arquipélago de Alcatrazes é considerado um berçário de espécies, abriga um dos maiores ninhais do país de Fragatas, Atobás e Gaivotões e protege várias espécies em perigo de extinção.A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de Mara Atlântica e campos rupestres, com presença de espécies únicas, que só ocorrem ali.Alcatrazes também é o principal local de abrigo, alimentação e descanso de tartarugas marinhas da costa de São Paulo. Em suas águas são encontradas cerca de 260 espécies de peixes, sendo considerada a região de
fauna recifal mais conservada do Sudeste e Sul do Brasil.Está na rota de migração de baleias e golfinhos, ao todo já foram registradas 13 espécies no arquipélago, com destaque para a Baleia de Bryde e o Golfinho Pintado do Atlântico.O paredão granítico de 316 metros de altura no meio do oceano, mesmo ao longe, já impressiona os navegantes por sua beleza; ao chegar na ilha principal, centenas de fragatas em sobrevôo proporcionam uma visão incrível que remete a um ambiente natural primitivo; suas águas com ampla visibilidade e a grande diversidade de vida marinha faz um convite ao mergulho contemplativo. Certamente um passeio inesquecível!
Fauna e Flora de Alcatrazes
De acordo com o plano de manejo do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, existem 1292 espécies registradas no local, entre flora e fauna, com 93 delas classificadas sob algum grau de ameaça. As expedições de trabalho registraram 320 espécies da flora, com 17 ameaçadas de extinção; 103 espécies de aves, 11 na lista de ameaçadas; 259 espécies de peixes, 47 ameaçados; 465 invertebrados bentônicos, 10 ameaçados; 9 espécies da herpetofauna terrestre, três ameaçados; duas espécies de tartarugas marinhas, ambas ameaçadas; 10 espécies de mamíferos marinhos, três ameaçados; 64 espécies de macroalgas; além de 60 espécies de invertebrados terrestres.
Mergulhar em Alcatrazes é uma experiência Fantástica!
O ecoturismo no Refúgio de Alcatrazes foi planejado com base em mecanismos inovadores de gestão nacionais e internacionais e buscou conciliar a necessidade de conservação do arquipélago dos Alcatrazes com o turismo de experiência.
A visita ao Arquipélago pode ser operada somente por empresas autorizadas pelo ICMBio. Os visitantes
podem fazer mergulho autônomo e livre ou visita embarcada com mergulho de flutuação para observação da diversidade de fauna marinha como, aves, peixes, baleias, arraias e tartarugas.
Foram estipuladas normas de visitação para minimizar os impactos do turismo
em Alcatrazes e proporcionar uma experiência qualificada para o visitante. Os operadores de mergulho foram cadastrados e capacitados, e as embarcações autorizadas passaram por adequações para retenção total de resíduos, evitando danos aos ambientes recifais.
A visitação do Arquipélago de Alcatrazes é recomendada para quem busca experiências conscientes junto
ao meio ambiente, valorizando a área protegida e com interferência mínima nos ecossistemas protegidos.
A equipe responsável pela gestão da unidade de conservação monitora os impactos da visitação e ajudam
na associação entre a satisfação dos visitantes e a sustentabilidade ambiental.
Por tudo isso, um mergulho em Alcatrazes, significa um mundo de biodiversidade, cores e movimento. O
refúgio tem por objetivos conservar espécies ameaçadas, endêmicas e migratórias. É a maior unidade de
conservação marinha de proteção integral das regiões Sul e Sudeste, responsável pela reprodução e
reposição dos estoques pesqueiros. São cerca de 1.300 espécies marinhas, entre plantas, peixes e aves, além de répteis e anfíbios que estão isolados a cerca de 12 mil anos na ilha. As tartarugas marinhas
encontram no arquipélago refúgio ideal para alimentação. Há também ocorrência de baleias e golfinhos. A
visibilidade pode chegar a 30 metros e você não vai precisar de sorte para encontrar esses seres maravilhosos em seu ambiente natural.
Rota de Migração de Baleias Jubartes
Entre uma grande variedade de espécies de peixes, corais, tartarugas e aves marinhas como as Fragatas, o destaque, especialmente durante os meses de outono e inverno, ficam por conta dos cetáceos, golfinhos e baleias de várias espécies. Desde 2017 o número de cetáceos avistados na região tem crescido a cada ano, e Alcatrazes se tornou a rota preferida das baleias Jubartes durante sua migração para Abrolhos (litoral da Bahia).Especialmente nos últimos anos, o volume de baleias e outros animais avistados nas águas de São Sebastião vem crescendo significativamente. Imagine um passeio por um paraíso natural onde você pode avistar muitos animais silvestres e marinhos em seu habitat natural, vivendo em harmonia com o meio ambiente.
A partir de maio o movimento migratório começa a aumentar e o avistamento de baleias fica mais Frequente. Em geral, elas passam por essas águas até o mês de agosto, com maior número de avistagens nos meses de junho e julho. Além das jubartes, também é possível ver Baleias Tropicais ou de Bryde, que residem nos
trópicos e podem ser vistas o ano inteiro, diferente das Jubartes. Outra baleia que também pode ser vista em qualquer época do ano é a Orca. Como os animais estão em seu habitat, não é possível prever seu comportamento e garantir a avistagem, mas os encontros têm sido bem frequentes.O que povoa o imaginário das pessoas e constitui o grande desejo dos turistas, são avistamentos de Jubartes, porque elas dançam, fazem acrobacias, cantam e dão um verdadeiro show. Com sua presença cada vez maior em São Sebastião, Ilhabela e Arquipélago de Alcatrazes, vale muito a pena se aventurar em um passeio embarcado.
Esportes de Aventura e Natação em águas abertas
Após 30 anos fechado, o Arquipélago de Alcatrazes foi reaberto para turismo em dezembro de 2017. Naquele mesmo ano, experientes atletas, nadadores de águas abertas, deram a volta inaugural em torno do Refúgio, num evento conhecido como Volta à Nado de Alcatrazes, organizado pelo empresário e, também nadador, Ricardo Augusto de Oliveira. Participaram sete atletas que, ao todo, nadaram 7,5 km em torno do arquipélago, num evento que batizou o percurso com o nome dos atletas, assim temos, o “paredão do Igor de Souza”, a “Garganta do Harry Finger”, a “Ponta do Marcelo Salavee”, a “Ponta do Gilberto Bucholtz” , o “Morro da Dona Marta Izo“ e a “Ponta do Jacques Abram” que abre e fecha o trajeto.
Pouco tempo depois, em abril de 2018, o pioneiro dos eventos em Alcatrazes, Ricardo Augusto de Oliveira, pode realizar seu grande sonho de alcançar o arquipélago à nado. Foram, aproximadamente, 40 quilômetros entre a praia de Camburi e o arquipélago, a travessia durou 15 horas e 30 minutos e batizou seu nome na grande rocha da chegada, que se destaca por ter um formato quadrado característico. Agora, o empresário quer transformar o desafio em evento. "Desde que cheguei a Cambury, 20 anos atrás, fiquei com muita vontade de ir até Alcatrazes, mas era proibido, então pensei em ir a nado e consegui", disse Ricardo que está radicado em São Sebastião há vinte anos: "Foi um treinamento muito duro com meu treinador, o Álvaro Coleone. Foi bem difícil,
travessia com lua cheia, água limpa e vários cardumes nos acompanhando. Fui picado por muitas águas vivas, fiz várias paradas, em algumas não me senti bem, com náuseas, mas faz parte, o desafio é muito grande. Quando o sol apareceu no horizonte a energia só aumentou e aquele gás final veio para completar o percurso com uma hora de antecedência. Nas horas ruins a cabeça acaba comandando e não deixando desanimar", contou."Não é só uma das travessias mais bonitas, ela também é desafiadora, um grande teste equiparado em dificuldade a uma das mais conhecidas provas de maratona aquática do mundo, a travessia do Canal da Mancha, que liga Inglaterra e França, contudo, na travessia de Alcatrazes o principal desafio é driblar as correntezas do percurso que podem afastar o nadador do arquipélago. Meu objetivo com essa travessia foi, não apenas desafiar meu corpo, mas também divulgar a possibilidade desse grande feito. Buscando fomentar também o turismo na região, umas das mais belas do país. Alcatrazes é deslumbrante e muito rico em fauna marinha", completou.
Em 2019, o atleta e empresário, organizou a segunda Volta a Nado de Alcatrazes. Ampliando o evento para 30 participantes, reunindo membros da primeira equipe e novos convidados. A equipe de apoio foi composta por três embarcações e 20 apoiadores e teve como principal objetivo chamar a atenção para a preservação ambiental no Arquipélago de Alcatrazes. Outro feito de nota foi realizado pela atleta, Roberta Borsari, que foi a primeira mulher e atleta a realizar a travessia de Alcatrazes com um Stand Up Paddle, em mar aberto, o trajeto começou na Barra do Sahy e foram percorridos os mesmos 40km que separam o continente do arquipélago, numa modalidade onde se rema em pé na prancha.
Em nota, o ICMBio explica que eventos desse tipo em Alcatrazes são regulados por uma Instrução Normativa que "dispõe sobre as práticas de governança e gestão dos processos dos órgãos e entidades que atuam nas transferências voluntárias de recursos da União". A solicitação para eventos de natação, canoagem ou SUP, de acordo com o órgão, é feita pelo portal do Governo Federal e as datas são de responsabilidade dos organizadores, "desde que observadas as condições do mar".