Em 2016 e 2017 eu nadei minhas duas primeiras travessias de Camburi até Alcatrazes, foram desafios solos de mais de 15h. Porém, nestas duas primeiras edições saímos muito cedo, antes do Sol raiar e cheguei após ele se pôr no horizonte, totalmente escuro. Como nunca tínhamos ido até lá antes, nem mesmo de barco, havia uma grande insegurança por parte de toda equipe de apoio, até mesmo do capitão, sobre qual seria a distância segura na aproximação... Chegamos muito perto, mas não cheguei a tocar as minhas mãos nas pedras do arquipélago.

Em 2018 invertemos os horários e saímos no fim do dia, então após 15:30h chegamos na pedra quadrada, apelidada carinhosamente de geladeira, "a minha geladeira", uma grande emoção dividida com todos os meus amigos que haviam passado a noite toda cuidando da minha segurança, alimentação e hidratação.

O percurso é mesmo fora de série, passamos pela rota dos petroleiros, encontramos grandes cardumes de peixes de pequeno e grande porte, raias, golfinhos e, na chegada, muitos pássaros curiosos vieram nos recepcionar e nos dar as boas-vindas! Entre os meses de junho e setembro a grande chance de avistamento de baleias nessa travessia.

O GPS marcou cerca de 45km de nado, um feito grandioso para uma pessoa nascida em 1967 e que começou a nadar somente aos 43 anos, após um naufrágio numa surf trip nas Ilhas Fiji! Este feito teve grande repercussão nas mídias, saímos no Globo Esporte, na Band, na Swim Channel e em muitas outras mídias.

A partir deste momento, muitos amigos nadadores passaram a me pedir para nadar em Alcatrazes e, desde então, já levei mais de 200 atletas para dar a volta de 7km no arquipélago.

Agora temos uma nova aventura, um verdadeiro desafio mental e físico que deve incitar, provocar e apaixonar muitos amantes das águas abertas.